Esse registro começa com reflexões feitas a partir da leitura trazida pela Marli para a abertura do nosso encontro
- É preciso ter esperança. Mas tem de ser esperança do verbo esperançar.
Por que isto? Por que tem gente que tem esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. “Ah, eu espero que melhore, que funcione, que resolva”. Já esperançar é ir atrás, é se juntar, não desistir. (...) Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída. Por isso é muito diferente de esperar, temos mesmo é de esperançar!
Mario Sergio Cortella, autor do livro Qual é a tua obra? Editora Vozes.
Tardif, dentro de uma perspectiva sócio interacionista de desenvolvimento humano compreende os saberes como um conjunto de representações (sentidos e significados) construído a partir das experiências sociais culturais e humanas ao longo da vida de cada um e não só nos momentos formais de formação profissional.
O professor é uma identidade cultural, social e histórica, ou seja, a ideia do que seja ser professor é um sentido/ significado que construímos antes mesmo da nossa escolha profissional.
Nesse contexto, é interessante pensar em quais experiências nos apoiam na construção dessas representações.
Esses saberes, chamados por Oliveira de crenças e valores é que sustentam nossas formas de sentir, pensar e agir profissionalmente, portanto se queremos mudar as praticas, temos que garantir uma formação que ressignifique saberes.
É assim, papel da formação, trabalhar com as concepções dos professores, dado que as “ações do professor junto à criança baseiam-se em especial na representação que ele faz do seu papel e na concepção de criança e de educação infantil que ele tem.” (ROSSETTI-FERREIRA; AMORIM)
Tal perspectiva, destaca o importante papel da formação continuada enquanto espaço que possibilita a constante reflexão dos professores sobre seus valores e crenças a partir da problematização de ações e concepções que fundamentam suas praticas. Para tanto, afirma Oliveira, que “o processo de formação implica considerar valores e crenças, experiências e conhecimentos construídos, dentro e fora do ambiente escolar, pelos indivíduos que participam desse processo.” (OLIVEIRA, 2001, p. 95). OLIVEIRA, 2009, p. 454).
Como oferecer uma formação de qualidade que se reflita efetivamente nas práticas dos professores, promova o aprofundamento dos conhecimentos profissionais da equipe e qualifique as ações educativas com as crianças?
1ª consideração:
“Compreender como este professor aprende, constrói saberes, se percebe enquanto profissional num contexto histórico social e cultural (constituição identitária) pode ser um importante norteador na construção de diretrizes formativas que possam qualificar efetivamente as ações educativas no trabalho dos professores com as crianças.
2ª consideração:
A ação formativa necessita considerar as representações dos professores, aquilo que ele pensa, suas crenças e valores e os significados que eles construíram.
A constante reflexão desses profissionais acerca de seus próprios saberes é essencial para o aprimoramento e refinamento das ações educativas, o fortalecimento do trabalho coletivo e a construção e o desenvolvimento da proposta pedagógica das instituições.
Uma formação tem que ser reflexiva
E uma nova consideração foi possível a partir da nossa própria reflexividade:
O professor precisa ser desafiado sobre suas próprias representações e para além de pensar, precisa ser convidado a pensar sobre o que pensa.
Nossas formações tem realmente trazido questões desafiadoras que convidem o professor a pensar sobre suas representações e ressignificar seus saberes ?
Como pensar numa formação que traga para os professores boas coisas para se pensar ?
Como formular boas questões para nossas pautas ?
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